segunda-feira, 12 de julho de 2010

Jovens Filósofos 2010 "A minha camisola é verde"



Sessão de Filosofia com Crianças (12_14 anos) na Universidade Júnior do Porto (2010)

Duração: 3 horas


Exercício : “Pensar o impensável”


1) Os alunos pensam numa frase que acreditem ser “absolutamente verdadeira”;

2) Lêem-se todas as frases;

3) Escolha de uma frase que a maioria considera poder ser refutada;

4) Debate;

5) Escolha de uma frase que a maioria considera ser irrefutável;

6) Tentativa de refutação por parte de todos os alunos.


Objectivos

Elasticizar conceitos e crenças;

Alargar pontos de vista;

Aprender com ou outro (criticar, ser criticado, construir a partir das críticas)



Aula 7 – 5 de Julho (Turma: 1A – 2ª semana)



Verdade 1: “A minha camisola é verde.” (Lorette)


Crítica 1: “A tua camisola é azul.”

Tipo de crítica: Falsificação simples


Crítica 2: “Noutras perspectivas a tua camisola nem é verde nem azul. Por exemplo, ao microscópio.” (Francisco)

Tipo de crítica: Perspectivista


Crítica 3: “ Dependendo das interpretações a camisola pode ser verde, azul, amarela…” (Gabi)

Tipo de crítica: Subjectivista


O grupo procurou perceber as diferenças entre estas três críticas e encontrar conceitos que explicassem essas diferenças. Concluiu-se que a “Crítica 1” apresenta uma “falsificação através de um pensamento simples” da Verdade apresentada pela Lorette. Já à “Critica 2” o grupo decidiu chamar “perspectivismo”, pois diz-nos que diferentes pontos de vista, ou perspectivas, sobre um objecto dão-nos diferentes percepções de cor. A partir do exemplo de um daltónico a Gabi arriscou a “Crítica 3” de que diferentes pessoas podem ter diferentes percepções de cores apesar de lhes darem o mesmo nome (“alguém pode ver amarelo e chamar-lhe verde pois toda a vida lhe disseram que era verde”).




Verdade 2: “Nós existimos.” (Leonor)
Crítica 1: “Não há provas de que existimos.” (Diana)

Crítica 2: “Um dia deixaremos de existir. Aí a frase será falsa.” (Miguel)

Crítica 3: “Podemos viver num mundo virtual. Se isso for verdade não existimos na realidade.” (David)

Crítica 4: “Nós estamos para lá da existência, logo nós vivemos.” (Bernardo)

“Mas isso não prova que nós não existimos.” (Diana)
“Ao vivermos passamos para um nível acima da existência. Como num jogo de computador. Deixamos de existir para viver, deixamos de estar num nível para subir para outro.” (Bernardo)

Sem comentários: