Na sessão de hoje do Café Filosófico partimos desta fotografia do nosso amigo José Rui M.Correia e procurámos aprofundar filosoficamente os conceitos que iam surgindo a partir de uma análise dos elementos puros (não interpretados) da fotografia.
Após uma análise cuidada dos vários conceitos suscitados pela fotografia procurámos conceitos que esta teria em comum com uma outra imagem proposta pelo artista plástico Ricardo Brito, muito diferente da fotografia da árvore do José Rui - tratava-se de uma foto-montagem da cara "descarnada" de Barak Obama.
O objectivo deste exercício foi, ao mesmo tempo, analisar duas obras de arte muito distintas através da análise dos conceitos filosóficos a elas associados e, dessa forma, perceber de que forma os mesmos conceitos podem ter interpretações, usos, contextualizações e significações muito diferentes.
Durante a sessão nem o José Rui nem o Ricardo revelaram ser os autores das obras em análise, obviamente para não comprometer à partida a discussão com os pressupostos que cada um necessariamente tem do seu próprio trabalho. No final da sessão os presentes tiveram a oportunidade de lhes perguntar um pouco do muito que ficou por falar sobre as obras e o trabalho de cada um deles.
O objectivo deste exercício foi, ao mesmo tempo, analisar duas obras de arte muito distintas através da análise dos conceitos filosóficos a elas associados e, dessa forma, perceber de que forma os mesmos conceitos podem ter interpretações, usos, contextualizações e significações muito diferentes.
Durante a sessão nem o José Rui nem o Ricardo revelaram ser os autores das obras em análise, obviamente para não comprometer à partida a discussão com os pressupostos que cada um necessariamente tem do seu próprio trabalho. No final da sessão os presentes tiveram a oportunidade de lhes perguntar um pouco do muito que ficou por falar sobre as obras e o trabalho de cada um deles.
Deixo-vos com as cuidadas notas que outra amiga, a Chantal, nos enviou.
É muito interessante ver como alguns dos participantes habituais dos Cafés Filosóficos só muito raramente falam durante as sessões, mas estes são também, provavelmente, os mais participativos de todos. Brindam-nos com o seu silêncio e concedem-nos toda a sua atenção. É o caso da Chantal!
Abraços e até uma próxima "pausa filosófica".
60º CAFÉ FILOSÓFICO - NOTAS DE CHANTAL G.
Um cavalete ampara uma fotografia. A preto e branco.
O grupo de participantes tenta olhar para ela de «forma pura».
Ela deixa-se observar e começam a surgir respostas acerca do que era possível nela ver:
- um carvalho;
- caminho /pedras;
- nuvens pretas;
- nuvens brancas;
- brilho do tronco;
- ramos;
- céu;
- raíz;
- terra;
- arbustos;
- linha horizonte;
- luz,
- preto, cinzento - tonalidades;
- rochas;
- texturas;
- sombras;
- formas triangulares e rectangulares.
A fotografia deixa-se observar de novo. Desta vez, com pedido de conceitos. Aos poucos, a sala escuta-os no ar de vozes pensativas:
- esclarecimento (Jorge Cunha): consciência é o céu;
- aprendizagem;
- descanço (Anabela);
- introspecção;
- ser (Jorge);
- convergência vs divergência: estático e movimento (Chantal);
- ente (Jorge Cunha);
A fotografia remete-nos para o «Ente» (movimento) ou para o «Ser» (contínuo).
Ser...
Ser enquanto todo (Jorge);
Ser enquanto ser (Henrique);
Todo...
Fotografia com o seu simbolismo? Fotografia apenas, o Ente (Joana).
- contemplação: absoluta perante uma obra de arte;
Absoluto vs rizoma. Convergência vs divergência. A árvore: um símbolo ou um ícone? (Ricardo).
- nudez: no contínuo ou no momento?;
- fim: caminho que termina, natureza que se inicia;
- solidão,
- vazio: lugar abandonado que a árvore já está a consumar (Henrique);
Vazio...
Onde se pode construir tudo (Jorge Cunha);
Enquanto não ser
Só existe enquanto há não ser - Não ser está do lado do não nascido (Jorge Cunha)
Então...
Ser / Ente / Não Ser
- renovação (Zé Rui)
As costas da fotografia a preto e branco abrigam um trabalho com cores de respiração suspensa.
O grupo olha para esta nova imagem em busca do conceito que mais se lhe adequa.
- tempo
- rendição (Chantal);
- contemplação (Joana)
O que há de comum entre estas duas obras (conceitos)?
- esclarecimento;
- introspecção;
- nudez;
- solidão;
- vazio;
No final, os autores das obras: José Rui e Ricardo Brito.
O cavalete talvez tenha presenciado mais alguma coisa, além do nosso agradecimento...
Eu é que tenho que lhes agradecer a todos a possibilidade de fazer filosofia sempre de formas novas e surpreendentes. Os Cafés Filosóficos são bons quando os participantes os fazem bons.
Abraços a todos.
Tomás
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