segunda-feira, 29 de março de 2010

33º Café Filosófico "Onde está o Porto?"


Nesta sessão no Clube Literário do Porto procurámos reflectir sobre o conceito de Porto, aprofundando as diversas ideias que iam surgindo no decurso da discussão. Procurámos dessa forma aproximar-nos da essência da nossa cidade, tornando explícito e dar palavras àquilo que todos os portuenses sentem intuitivamente.


"Onde está o Porto?" foi o mote da exposição fotográfica do José Rui Moreira Correia e as suas fotografias foram o ponto de partida (e de chegada) desta nossa reflexão.

Obrigado a todos os participantes por mais esta refrescante sessão.


Agradeço especialmente à filósofa Chantal pelas notas da sessão que me enviou e que já a seguir reproduzo.

Pode ver os vídeos desta (e de outras sessões) aqui.
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Notas da Sessão, por Chantal Guilhonato


Conceitos apresentados pelos participantes:

* Passado (Paulo)

* Autenticidade (Chantal)

* Bairrismo (Luis)

* Reavivar a vida (Américo)

* Valorização (Que Porto?) - (Guiomar)

* Densidade (Maria Manuel)

* Descoberta (Teresa)



1º Conceito analisado: Autenticidade (foto que inspirou: última imagem: Sras com sacos)

Rede conceptual em torno do conceito de autenticidade:

Aspectos positivos:
- pureza (Chantal)

- alienação (do observador) – (Paulo)

(O mais importante são as pessoas: José Rui)

- personalidade (Maria Manuel)

- pureza cristalizada (Américo) + «bem adaptado»

- castiço (Guiomar)

- maturidade (Luis)

- identidade + continuidade (Vitor)


Aspectos negativos da autenticidade:

- violência (Vitor)

- «micro-clima» (Vitor)

esta ideia levou-nos ao segundo conceito analisado: Bairrismo



2º Conceito analisado: Bairrismo (foto que inspirou: Escadas dos Guindais)

- familiaridade, vida social à volta daquela escadaria (Luis)


Aspectos negativos do Bairrismo

- posse + ignorância (Vitor)

- fechamento (Paulo)

- intolerância (Américo)


Aspectos positivos do Bairrismo

- comunitarismo (Paulo)

- independência (Maria Manuel)


Paulo levantou uma «questão provocadora»: onde estão «os Portos»?

José Rui refutou referindo existir «apenas um Porto»


Surgiu a partir daí a seguinte questão: o que há de comum entre as duas senhoras da fotografia (peixeiras ?)e um menino da Foz?

Maria Manuel falou numa matriz comum: pronuncia, independência, etc.


3º Conceito analisado: Morte (que surgiu de «Vida» que por sua vez tinha surgido de «Reavivar»)

Foto que inspirou: Caminhos de Outrora. Escadas do Caminho Novo
Aspectos positivos da Morte (do Porto):

- reflexão sobre a forma de reavivar (Paulo)

- conservar (Maria Manuel)

- reacção (Américo)

- criação (Luis)

Acerca desta última ideia, o que pode haver de negativo nisso?

- prepotência (Américo)

Aspectos positivos acerca da prepotência

- inovação (Tiago)

- mobilização (Paulo)

- diferenciação (Luis)



4º conceito analisado: Descoberta (foto que inspirou: Poema Digital)

- A Teresa achava encontrar uma cidade escura mas afinal o Porto não o é: desvelar (Teresa)

- desmistificar (Maria Manuel)

Pergunta Síntese: Onde está o Porto?

...onde estiver o coração dos portuenses (Paulo)

...enterrado nas convicções (Vitor)

...na sua alma (Chantal)

...o Porto continua aqui (Luis)

...onde cada um o sinta (Teresa)

...em cada pedra, riso de uma criação (…) - (Américo)

...é uma estátua que eu não sei onde está agora. Se vestida ou não? E tu sabes onde está? (Zé)

...no bolhão (Tiago)

...na sua mística (Maria Manuel)

...em Espanha (pequeno Pedro que tem o pai em Espanha)

...em todos aqueles que o sentem (José Rui)

nota final:  a exposição de José Rui M. Correia estará patente até ao dia 16 de Abril na Santa Casa da Misericórdia, Rua da Flores.

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