No dia 27 de Janeiro o nosso Café Filosófico associou-se às Quartas Mal Ditas no Clube Literário do Porto para uma sessão de Poesia seguida de Debate Filosófico (e com interlúdios musicais - Guitarra Clássica - pelo Tiago Sousa e Ricardo Gomes - dois habitués dos Cafés Filosóficos).
O tema que orientou a selecção de poemas do meu amigo Anthero Monteiro foi "Carpe Diem", e a discussão que se seguiu andou em torno da seguinte pergunta levantada por um dos "poetas":
- Para que serve a poesia em tempos de crise? (Mário)
Após uma discussão inicial onde se foram clarificando algumas posições e eliminando algumas respostas menos lógicas e pertinentes o debate centrou-se em três conceitos que nos permitiram alguns pontos de vista interessantes sobre a relação entre a poesia e a crise.
Conceito de terapia:
- A poesia tem um efeito terapêutico quer no leitor quer no poeta. (Marisa)
Alguns participantes, descontentes com a conotação "estranha" do termo terapêutico sugeriram que esta terapia deveria ser entendida como uma catarse (Anthero), uma renovação (Chantal) ou uma organização (Filipa).
Conceito de reflexão:
- O carácter reflexivo da poesia sobre as emoções permite um afastamento crítico da crise, sendo que este afastamento não deve ser entendido como uma alienação, mas antes como uma suspensão da emoção poética para posterior avaliação racional.
Conceito de crise:
O próprio conceito de "crise" foi problematizado. Este conceito para alguns - incluindo o autor da pergunta - não queria designar a actual crise económica, mas antes uma crise mais profunda, uma crise geral de valores e de referências. Para outros a poesia pode ser um instrumento importante para superar uma crise pessoal.
Fotos de Anthero Monteiro e Anaas
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