No dia 28 de Dezembro realizou-se mais um Café Filosófico organizado pela Revista Um Café, novamente no Clube Literário do Porto e com o apoio da Ramos Pinto.
Foram mais 3 horas de agradável discussão filosófica (com um cálice de Porto a meio). Foi muito bom ver que houve repetentes do 1º Café Filosófico, mas também algumas caras novas que estiveram lá pela primeira vez.
Obrigado a todos os que estiveram presentes, espero ver toda a gente de novo, no mesmo sítio (CLP) às mesma hora (16h00) no último domingo do mês de Janeiro (dia 25).
Até lá, e um muito Bom Ano 2009 cheio de boas ideias e discussões filosóficas!
1ª Sessão, moderada por Tomás Magalhães Carneiro
Discussão em torno do texto "4ª Pergunta" (excerto)
de Gonçalo M. Tavares, in O Senhor Breton
de Gonçalo M. Tavares, in O Senhor Breton
Tenho a convicção de que um escritor acredita mais na palavra deus do que em Deus propriamente dito. E este modo de colocar a linguagem no quarto principal do palácio não é de forma alguma exclusivo dos poetas, pois também os que trabalham com leis confiam mais nas palavras do que na vida em geral. Ou seja: confiam menos nas coisas que vão acontecendo antes ou durante a existência do verbo do que no verbo propriamente dito. Para descrever o aparecimento da Surpresa no mundo não há decreto-lei, mas haverá certamente um verso. Para a descrição da Repetição não existirá um verso, mas um decreto-lei que a entende, explica e prevê. A vida inteira encontra-se, assim, coberta por palavras. Apenas com vinte e seis letras se dá nome a todas as coisas do mundo. O que se conseguiria, então, se o alfabeto tivesse vinte e sete letras? Há quem considere, aliás, que o brutal desconhecimento de Deus se deve precisamente à ausência desta última letra do alfabeto.
E a qualquer Língua falta uma última letra. Terminámos cedo demais e, assim, ficámos com os Mistérios do Mundo.
Mas isso é outro assunto, senhor Breton.
(…)
E a qualquer Língua falta uma última letra. Terminámos cedo demais e, assim, ficámos com os Mistérios do Mundo.
Mas isso é outro assunto, senhor Breton.
(…)
Agenda de Discussão
1 - O que é a palavra?
2 - A palavra e a realidade são coisas distintas?
3 - Poderia o homem assumir uma realidade não linguística?
4 - Porque se diz que no início era o Verbo?
5 - Qual seria a letra que se poderia acrescentar ao alfabeto?
6 - O homem criou ou descobriu as letras?
7 - A palavra magoa mais do que o gesto?
8 - Porquê acreditar na aparência e não na essência?
2ª Sessão, moderada por S. Joana Sousa
Discussão em torno do filme "Children of Men" (trailer), de Alfonso Cuarón.
Falou-se do valor da vida e da espécie humana, da "tragédia" da infertilidade (porque é uma tragédia?), do medo da morte e do vazio, da (in)consciência humana, etc.
2 comentários:
A respeito da questão «Porque é que se diz que no início era o verbo» na 'ablogadela' faz-se alguma luz!-)
http://ablogadela.blogspot.com/2005/07/no-incio-era-o-verbo.html
Parabéns a todos os que tornaram o Café Filosófico possível. Vemo-nos em 2009!-)
Obrigado pela dica. Excelente blog.
um abraço e até 2009,
Tomás
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