O prazer é importante?
O desafio foi-me lançado pelo meu amigo Amândio Fontoura, professor de Filosofia e Psicologia em Lisboa: aproveitar a passagem pelo Porto de uma sua turma em visita de estudo e improvisar um Café Filosófico. Desafio aceite.
Antes do jantar juntou-se o grupo que foi apanhado de surpresa. deu-se início à sessão, pediram-se sugestões de temas para aprofundarmos filosoficamente: "prazer", "política", "nada", "expressão" e "liberdade" foram os conceitos propostos. Ganhou o "prazer".
Pediram-se perguntas que problematizassem o conceito de "prazer".
"O prazer é importante?" foi a pergunta escolhida para dar início a mais uma sessão de debate de ideias.
Entre os vários argumentos gizados pelos alunos dois foram os que reuniram maior consenso:
- "Sim, pois o prazer impele-nos a fazer coisas boas para nós e a melhorando-nos."* (este argumento foi nomeado pelos alunos de "argumento subjectivista")
- "Sim, pois o prazer é o motor que faz a sociedade andar para a frente." (nomeado de "argumento comunitarista")
A seguir à sessão fomos todos comer francesinhas. Uma noite em grande, portanto.
* Mais uma prova que "pessoas normais" chegam às mesmas intuições filosóficas que os Grandes Filósofos: Aristóteles defendia que a natureza do prazer era a de aperfeiçoar as actividades que realizavamos prazerosamente, sendo os prazeres da mente os mais elevados. Cultivar estes prazeres é uma forma de melhorarmos a nossa compreensão das coisas, estando ainda a compreensão associada à felicidade.
É desta forma que Aristóteles associa o prazer à felicidade.
(ver Filosofia Antiga, de Anthony Kenny. Ed. Gradiva)
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