domingo, 21 de novembro de 2010

50º CAFÉ FILOSÓFICO_CASA BARBOT

“Café Filosófico” gerou debate vivo na Casa Barbot

Texto da jornalista Catarina Silva



A filosofia conduz à verdade?

Foi com casa cheia que se deu a estreia do “Café Filosófico” na Barbot, onde se celebrou simbolicamente o Dia Internacional da Filosofia, assinalado a 18 de Novembro. Instituído pela Câmara de Gaia, em parceria com o Instituto de Filosofia do Porto, o “Café Filosófico” centrou-se na busca de uma resposta para a questão que dominou a noite dos apaixonados por esta arte do pensamento:

“A filosofia conduz à verdade?”. Colocada pelo mentor do projecto mensal, Tomás Magalhães Carneiro, a pergunta serviu de mote para o fluir de uma discussão acirrada que viria a prolongar-se desde as 21 horas até perto da meia-noite.




“A filosofia permite a defesa de posições contraditórias, que conduzem à criação do debate”, havia dito o vereador da Cultura, Mário Dorminsky, no início da sessão. Partindo de uma questão particular, o decorrer da noite veio confirmar a premissa do vereador, já que não faltaram respostas à indagação central.



A resposta “sim, porque cada um tem a sua verdade”, denominada de tese do subjectivismo pelos presentes, foi a que reuniu maior consenso. Já a tese “sim, porque ajuda a reflectir” foi considerada um afunilamento da resposta geral “sim, porque da discussão nasce a verdade”, ao que se viria a complementar, após o exercício de algum raciocínio, a tese de que “sim, porque da discussão reflexiva nasce a verdade”. O questionamento dos conceitos per si foi também um dos exercícios mais praticados durante a noite, que tanto caracterizam esta ciência social. Verdade absoluta ou verdade relativa? - indagava-se, embora, no cômputo geral, a verdade relativa ganhasse adeptos por entre os presentes, aumentando a anuição da tese “sim, porque cada pessoa tem a sua verdade”. A tese de que “não, porque a verdade é inalcançável” também foi de encontro à ideia de que “não há verdade”, bem como à inexistência de verdades absolutas, reafirmando-se a multiplicidade de sentidos que este conceito pode assumir. O ponto de interrogação inicial, após um debate intenso, levou a outro ponto de interrogação: chamá-lo de ponto final seria trair a raiz da Filosofia, que é, por si mesma, uma ciência de cariz contínuo. Assim, mais cafés filosóficos marcarão presença a cada mês, de forma a prolongar este ponto de interrogação ininterrupto.




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