sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Filosofia na Reitoria IV



1ª Oficina de Filosofia Prática e Pensamento Crítico
Pensar sobre o Pensar

- Estrutura, objectivos e resultados

Descrição
Oficina de Filosofia Prática e Pensamento Crítico
Reitoria da Universidade do Porto
Dias 13, 14, 15, 16, 20, 21, 22 e 23 de Outubro de 2009
Horário - 18h30 21h30
Nº de Alunos - 15*
Nº total de horas – 24h (8/3h)

1ª e 2ª Sessões – A Arte de Perguntar

Estrutura das Sessões
Introdução à Filosofia Prática e ao Pensamento Crítico.
Os vários momentos da investigação filosófica: problematização; conceptualização; argumentação; definição; síntese.
Foco nos momentos de problematização e conceptualização:
- escolha de um conceito filosófico a tratar durante toda a Oficina: liberdade
- problematização dos vários conceitos associados a liberdade (consciência, felicidade, vontade, escolha…)
Objectivos
Encontrar e aprofundar problemas filosóficos.
Aprender a formular boas perguntas filosóficas (claras, pertinentes, problematizadoras).
Resultado
Pode um escravo ser feliz? (pergunta escolhida ao fim das duas sessões)


3ª Sessão – Introdução ao Pensamento Crítico

Estrutura da Sessão
Foco nos momentos de argumentação e conceptualização
Procura de respostas à pergunta Pode um escravo ser feliz?
Conceptualização (justificada) das respostas alcançadas.
Os vários momentos críticos da avaliação de um argumento:
- Análise Primária (clareza, pertinência, argumentação)
- Análise Intermédia (razões, conclusão, estrutura, pressupostos, ambiguidades…)
- Avaliação do Conteúdo (avaliação das razões e do raciocínio, conclusões alternativas)
Foco na Análise Primária
Objectivos
Confrontar os alunos com erros de raciocínio e argumentação comuns (falta de clareza, de pertinência e ausência de argumentação)
Demonstrar a importância da clarificação conceptual no processo de investigação filosófica.


4ª e 5ª Sessões – Diálogo Socrático Filosófico I e II

Estrutura das Sessões
Procura conjunta de uma definição de Liberdade através do “método socrático” desenvolvido por Leonard Nelson.
Objectivos
Praticar a discussão em grupo (ouvir e respeitar o próximo, procurar consensos)
Tomar consciência da dificuldade e profundidade dos problemas filosóficos.
Aprofundar a compreensão das várias “dimensões” do conceito de liberdade.
Resultados
Definição de liberdade encontrada pelo grupo após 6 horas de debate filosófico:
Liberdade é a experiência da relevância das nossas escolhas ou da ausência de constrangimentos.


6ª e 7ª Sessões – Curso de Pensamento Crítico I e II

Estrutura das Sessões
Curso de Pensamento Crítico I - Análise de Argumentos
Curso de Pensamento Crítico II – Avaliação de Argumentos
Objectivos
Aprendizagem, prática e aperfeiçoamento de técnicas de análise a avaliação de argumentos
Resultado
Avaliação na aula de alguns argumentos de S. Tomás de Aquino, Baruch Spinoza e Henri Bergson sobre a Liberdade


8ª Sessão – Debate Filosófico

Estrutura da Sessão
Formulação de um argumento curto que responda à questão: Somos livres?
Debate filosófico em torno das respostas obtidas e da "luz" que os conceitos subjacentes a essas respostas lançam sobre a questão da liberdade, abrindo-nos possíveis vias de investigação.
Objectivos
Praticar em argumentos e em debates filosóficos reais as técnicas e competências adquiridas durante a Oficina
Em baixo reproduzo as respostas assim como o conceito associado.
Somos Livres?
- Sim, quando nos sentimos livres. - Subjectividade (Paulo)
- Sim, quando morremos. - Morte (Hugo)
- Sim, pois podemos escolher. - Escolha (Fátima)
- Não, pois temos de escolher. - Necessidade (Isabel)
- Sim, de forma limitada pois temos opções de escolha limitadas. - Limitação (Ana Paula)
- Sim, quando colectivamente valorizamos a liberdade. - Colectividade (Isabel)
- Sim, somos determinados a sentir liberdade. - Paradoxo (Luís)
- Sim, porque somos dotados de espírito. - Espírito (Daniela)
- Sim, pois a acção humana é imprevisível - Imprevisibilidade (Ricardo)
- Sim, quando somos capazes de nos comprometer com o bem. - Bem (Filipe)
- Não, pois estamos biologicamente condicionados. - Condicionalismos Biológicos (Renata)
- Sim, quando usamos o nosso Livre-Arbítrio. - Uso (Mª Manuel)
- Não, pois não podemos escolher. - Necessidade/Limitação (Paula)

* os meus agradecimentos a todos os participantes desta 1ª Oficina que tornaram tão agradável e desafiadora estas duas semanas

2 comentários:

Hugo Volz Oliveira disse...

O prazer foi também nosso! Acho que ficamos todos um pouco viciados em filosofar :P (Será igualmente viciante a procura de novos vícios para satisfazer e poder experimentar, nem que por momentos, a liberdade de nos libertarmos daqueles :p)

Tomás Magalhães Carneiro disse...

Por falar em vícios, editei um número da revista Um Café dedicado exactamente ao Vício. Aqui:

http://www.umcafe.com/pdfs/Rev1CafeN8Net.pdf

Espero que continuem todos a dedicar-se viciosamente à filosofia (amanhã à Café Filosófico...)

abraços,
Tomás